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(Original text in Portuguese and it is below the English version)
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Knock three times on the wood, count to three, wait until the third time to get really pissed off, wait until the third time to really fall in love, write three times the same sentence to memorize it, repeat at least three times the same set of exercise in order to obtain good results, eat at least three times a day, always have in mind those three things you hate the most, and those ones which you cannot live without, three favorite drinks, the three best kisses, the three best movies...! give three chances, jump three times if your wish comes true but remember that you are only granted with three wishes!
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I started to think about the times of my philosophy classes and then I remembered that the symbol for the numeric perfection in Ancient Greece was three, the triangle. I started to be delirious, I started to think in a triangle way about my ex girlfriends and so I formulated many theories, so that my current situation be softened, and then in theory my third girlfriend was crap! But in practice my other third girlfriend wasn't that bad but if we think about the third girlfriend that has never existed, but that I strongly wished she had existed, she would have been way better than the other ones, but then who knows the very last third girlfriend may become that triangle, not scalene, please, equilateral, top of the top stuff.
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Then I started to go further in and to think about the three-month crisis, the PTMT and the POTMT: the prethree-month tension and the postthree-month tension. I do not know what's the divine power of this damn number, but really, you'll notice that the relationships crisis will begin a little before or after this period and things start to become more or less light, more or less heavy, and so on...
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Bata três vezes na madeira, conte até três, espere até a terceira vez para se irritar de fato, espere até a terceira vez para se apaixonar pra valer, escreva três vezes a mesma frase para memorizá-la, faça no mínimo três séries do exercício para dar bons resultados, coma no mínimo três vezes ao dia, tenha sempre aquelas três coisas que você mais detesta em mente, e aquelas três as quais você não consegue viver sem, três bebidas prediletas, os três melhores beijos, os três melhores filmes...! dê três chances, dê três pulinhos caso o seu desejo se realize, mas lembre-se, que você só tem direito a três pedidos!
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Comecei a me lembrar das aulas de filosofia e então lembrei-me que o símbolo da perfeição numérica na antiga Grécia era o três, o triângulo. Comecei a delirar, a pensar triangulamente nas minha antigas namoradas e eis que formulei várias teorias, para que a minha atual situação fosse amortecida, e então teoricamente a minha terceira namorada tinha sido um lixo! Mas na prática a minha outra terceira namorada até que tinha sido assim tão ruim, mas se pensarmos na a terceira namorada que nunca existiu, mas que eu desejei muito que tivesse de fato existido, teria sido bem melhor do que as anteriores, mas aí quem sabe a terceira última namorada não venha a ser de fato aquele triângulo, nada de escaleno por favor, eqüilátero, coisa chique.
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Então comecei a ir mais longe e pensar na crise dos três meses, a TPTM e a TPOTM: a tensão pré-três meses e a tensão pós-três meses. Não sei qual o poder divino deste maldito número, mas pode reparar, as crises em relacionamentos costumam acontecer um pouco antes ou pouco depois desse período e as coisas começam a ser tornar mais ou menos leves na terceira vez, mais ou menos pesados e assim em diante...
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.3.
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: circles, pattern, philosophy, portuguese, relationship, short story at Saturday, December 16, 2006 1 comments
.non.reciprocity.
(Original text in Portuguese and it is below the English version. Reedition on the English version)
and all I can think about is...
surprise for you.
bedroom with a low-height bed, maybe just the mattress, Japanese style.
I walk in purple pijamas, as if I were stepping on bibelots, I half-open the curtains a little bit.
lightly I pull the window out.
just one thread of sun breeze lights and sighs.
there you came with your face stuffed in the pillow (as usual).
I let the surprise next to you.
I look.
I leave aside, on the opposite side of the surprise, the contracts and labels, promises, oaths (where did we sign anyways?)
I leave aside the possible tag that sets us the fabrication date and use-by date (use-by date, really?).
I sighed oh, love, our love is just like life, we live knowing that tomorrow we may only, die? No, we never think of death.
I found that scene to be too beautiful, your hair over your eyes and lips, ah, then...
the epiphany came to me.
the power of choice.
the smell of the undulating coffee made you move and stretch.
you would take ages to wake up and decide to eat.
I laugh, smile, I find this whole delay way too funny.
and you would smile, even if you already knew about my surprise.
you would look more beautiful than ever, girl...
and there would be no picture,
no portrait that would take away the
right of remembering you like this...
surprise for you.
all I really wanted was to be surprised one day.
surpresa pra você.
quarto com a cama baixa, talvez só o colchão no chão, estilo japonês.
eu entro em pijamas roxos, pisando em bibelots, entreabro as cortinas um pouco.
empurro a janela levemente.
só um fio de brisa de sol ilumina e suspira.
vejo você com o rosto enfincado no travesseiro (como de costume).
deixo a surpresa do seu lado.
olho.
deixo de lado, oposto ao da surpresa, os contratos e rótulos, promessas, juramentos (onde assinamos mesmo?).
deixo de lado a possível etiqueta que nos estabelece data de fabricação e de validade (de validade será?).
suspirei ai, amor, o nosso amor é tal como a vida, vivemos sabendo que amanhã poderemos então apenas, morrer.
podíamos mesmo... então por que insistíamos em estar?
achei aquela cena linda demais... os teus cabelos sobre os olhos e lábios, ai, aí...
me veio a epifania.
de que o poder de dar ou tirar é todo nosso.
o cheiro do café ondulado te fez mover e espreguiçar-se.
você iria demorar séculos para acordar e decidir comer.
eu rio, sorrio, acho essa demora toda engraçadissima.
e você sorriria mesmo já sabendo da minha surpresa.
você estaria mais bela do que nunca...
e foto alguma, ou retrato algum me tiraria o direito de me lembrar de você assim... assim, desse jeitinho...
surpresa para você.
só queria mesmo era um dia ser surpreendida.
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tranced by Raffaella Ciavatta Labels: love, poetry, portuguese, relationship at Monday, February 20, 2006 0 comments
Being Inside Outside
[Original text in Portuguese, right below the English version]
Being Inside on the Outside
shhh... let me close my eyes and believe that everything is so blue, and I, smile looking at the sky, spinning and spinning around at the merry-go-around that makes the air blow even where there is no air, and blue even where the sky is monochromatic from bitterness, and the smile let itself loose from between the pinkish lips and I don't want to believe that those are mute cacklers and then it makes so there is spinning even where there is no movement at all... there are only pages of a book I envy to read, I envy the great love... I envy to read the sighs of other, the looks in between the leaves of trees, I even envy the arguments...
I fell. I confess that I have all this, all of it I tasted, with all different kinds of silverware, and even so I keep on envying them on the books
Estar Dentro Por Fora
shhh... deixa eu fechar os olhos e acreditar que tudo está tão azul, e eu sorrio olhando para o céu, girando e girando e girando num gira-gira que faz ventar até onde não existe ar, e azul até onde o céu está monocromático de amargura, e o sorriso deixa-se escapar por entre lábios rosados e não quero acreditar que são cachinadas mudas e então girar até mesmo onde não há movimento algum... existem apenas páginas de livro que invejo ler, invejo ler o grande amor... invejo ler os suspiros alheios, os olhares por entre as folhagem, invejo até mesmo as discussões...
cai. Confesso que tudo isso tenho, tudo isso já provei, com todos os tipos de talheres possíveis, e mesmo assim continuo invejando-os nos livros
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: dualism, love, portuguese, relationship, short story at Wednesday, February 15, 2006 0 comments
Thoughts of an Upside Down Morning
Soava como uma balada
Heavy-Metal e
Aparentava suja e
Suada como sexo
Barato de puta
Pos-fumar Derby
A sua casca,
Carrancuda,
Aguda feito
Laringite que
Incomoda demais...
E nos furos enxerga-se
A eroticidade dos
Gomos do figo,
A textura mais delicada,
Que cada gominho
Gemia quando abria-se
Para a ponta dos dedos,
Do calor-molhado da lingua,
Do vapor exalante da respiracao...
Ah, como seria escrever naquele
Liquido condensado uma
Mensagem densa de significados
Que so voce entenderia (e eu?)
Receio, receio
Que ao abrir o figo
O sabor pos-mordida
Se esconda nas grutas
Daquela balada, daquela
Casaca, e a mensagem
Pra voce, ja nao
Mais significasse
"Fica?"
"Fica"
"Fico"
Figo
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: poetry, portuguese, relationship, sex at Friday, February 10, 2006 0 comments
.if.
Se pudessa abraçar
Se pudesse beijar
Beijaria o mal humor
De língua
Abraçaria a perda de tempo
Forte o bastante pra
Espatifa-los em
Outros mais trilhões de
Beijos e
Abraços
Só pra você
Se não me apetece
Vem cá, que hoje
Serei penetra
Invadirei sem permissão
O espaço da razão tua
E jogue-me pro lado
Que seja
Sabendo que jogou também
As horas ineterruptas de gargalhadas
E os olhares espelhados
E a vontade de querer ser
Que superava qualquer
Nossa vontade de querer apenas estar
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: love, poetry, portuguese, relationship at Thursday, February 09, 2006 0 comments
.1:30.and.some
nasceu por que sabia que poderia morrer vivendo, viva e soube que mesmo morta poderia viver, morrendo, morta. decidiu querer por que sabia que quando desqueresse isso seria um novo querer. falou, mesmo se já não mais pronunciavam a mesma língua, pois sabia que as palavras são alicerces de uma estrutura muito maior. partiu só por que voltaria. olhava uma foto e sonhava de maneira absurda que um dia a encontraria e viveria uma outra vida mais absurda ainda e tudo aquilo soou docemente derretido, como sorrisos de chocolate esparramando-se pelo corpo, deliciosamente apetitoso, como as energias marinadas e cozinhadas por horas e horas a fio, amargamente improvável como jiló-de-só-nos-meus-sonhos e azedo limão que desinfeta até a alma... e mesmo assim a olhava cada vez mais.
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: bi, dualism, portuguese, short story at Sunday, February 05, 2006 0 comments
.climax.noir.movie.
tranced by Raffaella Ciavatta Labels: bi, depression, dualism, portuguese, short story, uplift at Wednesday, February 01, 2006 0 comments