.1:30.and.some

nasceu por que sabia que poderia morrer vivendo, viva e soube que mesmo morta poderia viver, morrendo, morta. decidiu querer por que sabia que quando desqueresse isso seria um novo querer. falou, mesmo se já não mais pronunciavam a mesma língua, pois sabia que as palavras são alicerces de uma estrutura muito maior. partiu só por que voltaria. olhava uma foto e sonhava de maneira absurda que um dia a encontraria e viveria uma outra vida mais absurda ainda e tudo aquilo soou docemente derretido, como sorrisos de chocolate esparramando-se pelo corpo, deliciosamente apetitoso, como as energias marinadas e cozinhadas por horas e horas a fio, amargamente improvável como jiló-de-só-nos-meus-sonhos e azedo limão que desinfeta até a alma... e mesmo assim a olhava cada vez mais.

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